Rearfimando valores e conceitos

6 10 2009

O drama O Contador de Histórias surpreende e emociona o público com a biografia do pedagogo Roberto Carlos Ramos.

Em cartaz desde o início de agosto, o drama nacional O contador de histórias (Warnerbors,2009), baseado em fatos reais, narra brilhantemente a história do pedagogo e contador de histórias Roberto Carlos Ramos, que com a ajuda de uma pedagoga francesa viu seu destino mudar. Esse filme comprova que, finalmente, o cinema brasileiro está cada vez mais se desvinculando do estereótipo de que para fazer sucesso os filmes precisam estar ligados à pornografia e a tragédias nacionais. O filme se passa na cidade de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, na década de 1970 e conta a emocionante história do garoto, filho mais novo de dez irmãos, que foi levado pela mãe à FEBEM (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor), porque ela acreditava que ali ele teria melhores condições de vida, já que na época o governo fazia propagandas incentivando a população a colocar seus filhos nessa entidade, considerada como solução para problemas como a pobreza e a miséria. O garoto fugiu da FEBEM centenas de vezes, pois lá não tinha educação, alimentação, nem condições de higiene adequadas, mas pela lei da sobrevivência aprendeu a seguir as regras da instituição e com o seu poder de contar histórias e imaginar, tentava modificar a sua realidade da maneira que podia. Nas fugas, ele aprendeu a furtar e a usar drogas, sofreu com a violência, foi vítima de estupro e por isso dentro da FEBEM, Roberto Carlos era tido como irrecuperável. Contudo, a pedagoga francesa Margherite Duvas (Maria de Medeiros) vem ao Brasil para fazer um trabalho de pesquisa sobre a vida desses menores e acaba se interessando pelo modo de agir e pelas histórias de Roberto. Margherite tenta de todas as formas se aproximar de Roberto, até que consegue conquistar a confiança dele, chegando ao ponto de morarem juntos. Aos 13 anos, Roberto era praticamente analfabeto, contudo, a pedagoga lhe ofereceu educação e cuidados, então fazendo-o perceber que seu futuro não estava perdido. A partir daí Margherite passa a cuidar de Roberto como se fosse sua mãe. O menino se encanta com o afeto e com a dedicação que recebe e passa a agir como filho. Ela ensina o francês a ele e o leva para morar na França. Quando ele finalmente retorna encontra-se com sua mãe, ela descobre que ele pode estudar e não ficou marginalizado diante da sociedade. O filme traz à tona questões como o amor ao próximo de forma bastante comovente, no relacionamento entre a pedagoga e o garoto, e a falha da instituição do governo criada para dar apoio e assistência a crianças e adolescentes de classe baixa, que na verdade era (e ainda é) uma escola na formação de marginais. Devido à intervenção e o apoio de Margherite, hoje Roberto Carlos é um contador de histórias conhecido internacionalmente. Esse drama mostra uma história triste, mas que felizmente teve um final feliz, graças à dedicação e a inserção de valores sociais que precisam ser inseridos na nossa sociedade. Isso dá uma esperança, pois percebe-se que nem tudo está perdido e que nada, nem ninguém é irrecuperável, basta apenas a boa vontade de pessoas e até mesmo do governo em investir principalmente em valores como o amor ao próximo e a dedicação.


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